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Excesso de confiança ao volante e velocidade explicam por que veículos novos lideram acidentes na região de Campinas

Detran aponta alta em acidentes fatais envolvendo veículos novos na região de Campinas Excesso de confiança ao volante e velocidade estão entre os fatores q...

Excesso de confiança ao volante e velocidade explicam por que veículos novos lideram acidentes na região de Campinas
Excesso de confiança ao volante e velocidade explicam por que veículos novos lideram acidentes na região de Campinas (Foto: Reprodução)

Detran aponta alta em acidentes fatais envolvendo veículos novos na região de Campinas Excesso de confiança ao volante e velocidade estão entre os fatores que, na avaliação do professor da Unicamp, Creso de Franco Peixoto, explicam o porquê veículos mais novos lideram as estatísticas de acidentes de trânsito na região de Campinas (SP). Segundo dados do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP), em 22% dos acidentes registrados de janeiro a agosto na região administrativa de Campinas, os veículos envolvidos tinham entre 0 e 2 anos de fabricação - veja números abaixo. "O carro novo cria uma falsa sensação de estar mais seguro em velocidades mais altas. Você se expõe a um excesso de velocidade sem ter o conceito técnico da influência do quanto a mais de velocidade que eu poderia ir para manter a mesma segurança", afirma o professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU). 📱 Baixe o app do g1 para ver notícias da região de Campinas em tempo real e de graça Peixoto destaca que os veículos têm evoluído em tecnologia e segurança, com soluções como o airbag obrigatório no Brasil e o sistema de freios ABS, mas que isso não evita o acidente quando há excesso de velocidade. O professor da Unicamp explica que a definição da velocidade permitida nas vias leva em consideração uma série de fatores, e o carro é só um deles. A capacidade de reação e percepção do motorista é outro fator e isso não mudou. Portanto, hoje, há uma tendência, sim, daquele que compra um carro novo e se entender mais seguro, para ir mais rápido e sofrer mais acidentes e, não raro, um acidente mais grave", alerta. Acidente fatais e não fatais 2025 (janeiro a agosto) Veículos de 0-2 anos: 999 condutores envolvidos em acidentes (22,08% do total) Veículos de 3-5 anos: 625 condutores (13,8%) Veículos de 17-19 anos: 534 condutores (11,8%) Veículos de 14-16 anos: 533 condutores (11,78%) Veículos de 6-8 anos: 473 condutores (10,45%) 2024 (janeiro a agosto) Veículos de 0-2 anos: 1.333 condutores envolvidos em acidentes (21,7% do total) Veículos de 11-13 anos: 851 condutores (13,88%) Veículos de 14-16 anos: 843 condutores (13,75%) Veículos de 3-5 anos: 841 condutores (13,72%) Veículos de 6-8 anos: 603 condutores (9,94%) Acidentes fatais 2025 (janeiro a agosto) Veículos de 0-2 anos: 75 condutores envolvidos em acidentes Veículos de 3-5 anos: 66 condutores Veículos de 17-19 anos: 59 condutores Veículos de 6-8 anos: 43 condutores Veículos de 12-14 anos: 37 condutores 2024 (janeiro a agosto) Veículos de 0-2 anos: 65 condutores envolvidos em acidentes Veículos de 3-5 anos: 52 condutores Veículos de 11-13 anos: 47 condutores Veículos de 14-16 anos: 45 condutores Veículos de 9-10 anos: 44 condutores 'Cinto é fundamental' Embora destaque outras tecnologias e recursos que auxiliam a segurança dos veículos, Creso pontua a importância do cinto de segurança, equipamento fundamental. O professor diz que o airbag não é um substituto, mas sim um complemento. "O cinto de segurança preserva contra o que nós chamamos de segunda colisão. A primeira colisão é o carro contra um obstáculo. O carro é projetado para absorver choque a frente e atrás, e preservar o seu interior, que é a célula. A segunda colisão são os ocupantes contra o carro. Aí, o cinto é fundamental para segurar os ocupantes", detalha. Creso lembra que há ainda ma terceira colisão, que é do cérebro contra a caixa craniana durante a desaceleração da batida.. "Não usar o cinto é deixar aquela quantidade de energia que tem que ser dissipada no cinto que vai direto para a nossa caixa craniana, sem falar com os danos que nós vamos ter no corpo, porque, mais uma vez, o airbag é um complemento", enfatiza. Excesso de confiança ao volante e velocidade explicam por que veículos novos lideram acidentes na região de Campinas (SP) Reprodução/EPTV Perfil das vítimas Homens com 26 anos concentram o maior número de mortes em acidentes de trânsito da região de Campinas (SP). Os dados são do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP). Entre 1º de janeiro e 31 de agosto, 758 pessoas morreram em acidentes em ruas, avenidas e rodovias que cortam as 90 cidades que formam a região administrativa de Campinas. No período, foram registrados óbitos de pessoas com idades entre 2 e 94 anos. As vítimas do sexo masculino respondem por 81,4% do total. Segundo o Infosiga, foram 20 mortes de pessoas do sexo masculino com 26 anos. Logo na sequência, com 19 óbitos, estão homens com 37 anos. - veja gráfico abaixo. Acidentes na região O Infosiga mostra que, considerados todos os sinistros de trânsito (fatal e não fatal), quatro em cada dez condutores envolvidos têm entre 18 e 24 anos. 🔎 Sinistro fatal: sinistro de trânsito que resulta em pelo menos um óbito, considerado aquele ocorrido até o 30º dia após o sinistro, em decorrência direta do evento. 🔎 Sinistro não fatal: sinistro de trânsito em que houve pelo menos uma vítima ferida e não houve vítima fatal. Dos 4.686 registros de ocorrências na região administrativa de Campinas de janeiro a agosto, 1.082 foram de motoristas com idades entre 18 e 24 anos, e 837 com condutores entre 25 e 29 anos - veja gráfico abaixo. Região Administrativa de Campinas A Região Administrativa de Campinas considerada pelo Infosiga é formada por 90 municípios. São eles: Aguaí, Águas da Prata, Águas de Lindóia, Águas de São Pedro, Americana, Amparo, Analândia, Araras, Artur Nogueira, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Brotas, Cabreúva, Caconde, Campinas, Campo Limpo Paulista, Capivari, Casa Branca, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Cosmópolis, Divinolândia, Elias Fausto, Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Ipeúna, Iracemápolis, Itapira, Itatiba, Itirapina, Itobi, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis, Jundiaí, Leme, Limeira, Lindóia, Louveira, Mococa, Mogi Guaçu, Moji Mirim, Mombuca, Monte Alegre do Sul, Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Nova Odessa, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Piracicaba, Pirassununga, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d"Oeste, Santa Cruz da Conceição, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra, Santo Antonio de Posse, Santo Antonio do Jardim, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Pedro, São Sebastião da Grama, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Tambaú, Tapiratiba, Torrinha, Tuiuti, Valinhos, Vargem, Vargem Grande do Sul, Várzea Paulista e Vinhedo. Homens entre 18 e 59 anos concentram 80% dos acidentes de trânsito na região de Campinas VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.