Mortes de recém-nascidos crescem 15% na região de Campinas; mães relatam dor da perda e falhas em atendimento
Região de Campinas registra aumento nas mortes de recém-nascidos A região de Campinas (SP) registrou um aumento de 14,83% nas mortes de recém-nascidos em 20...
Região de Campinas registra aumento nas mortes de recém-nascidos A região de Campinas (SP) registrou um aumento de 14,83% nas mortes de recém-nascidos em 2025, segundo dados da Secretaria de Saúde de SP. Foram 240 óbitos de bebês com até 28 dias de vida até agosto, contra 209 no mesmo período do ano anterior. Veja os relatos de mães que perderam seus bebês, com experiências marcadas por espera prolongada, complicações no parto e tentativa de ressignificar a dor sofrida. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp 'Fiquei sem chão' Deisiane Ribeiro perdeu o bebê quando estava grávida de sete meses, após procurar atendimento e aguardar por seis horas, em Indaiatuba (SP). Reprodução EPTV A dor da auxiliar de creche Deisiane Ribeiro começou no início de outubro, quando percebeu que seu bebê, ainda na barriga, havia parado de se mexer. Grávida de sete meses, ela procurou atendimento no Hospital Augusto de Oliveira Camargo, em Indaiatuba (SP), mas relata que esperou quase seis horas por um diagnóstico. O parto foi realizado às pressas. “Ele nasceu roxinho, eu vi ele roxinho. O médico falou para mim: ‘Deisiane, ele está bem, ele está se mexendo’. Aquilo me deu um alívio”, lembra. Em seguida, ela foi informada que os batimentos cardíacos estavam fracos e que fariam de tudo para salvar o bebê. Minutos depois, veio a notícia devastadora: o bebê não resistiu. “Voltaram logo em seguida, coisa de cinco, dez minutos, falando que o neném não resistiu, que o neném tinha engolido muito mecônio e até na hora de entubar tiveram dificuldade por conta disso. Eu fiquei sem reação, sem chão. Estou ainda sem chão”, desabafa. O Hospital Augusto de Oliveira Camargo lamentou o ocorrido e disse que a paciente recebeu toda a assistência médica, mas que, infelizmente, em razão de uma infecção inrtauterina associada à extrema prematuridade, o bebê não resistiu; Afirmou também que uma sindicância interna foi instaurada para apurar todos os detalhes do atendimento. 'Voltar a sonhar' Kênia Santos perdeu a filha três dias depois do parto, aos cinco meses de gestação: "A gente tenta se apegar no amor". Reprodução EPTV A empreendedora Kênia Santos perdeu a filha três dias depois do parto, aos cinco meses de gestação. Antes disso, ela conta que procurou diversas vezes o pronto atendimento de um hospital em Campinas (SP), mas foi liberada pelos médicos do plano de saúde, mesmo com a pressão arterial elevada. “Comecei a passar muito mal, então tiveram que fazer o meu parto de emergência. Ela nasceu e foi direto para a UTI neonatal”, relata. A bebê teve uma parada cardíaca, mas ainda estava viva. “A gente ficou com ela ali uns 20 minutos, e ela fez uma força, tadinha. Para fazer uma força, o batimento dela subiu nesse processo, e logo em seguida ela veio a falecer”. O primeiro par de sapatos, roupinhas e fotos foram as lembranças que Kênia guardou da filha. Grávida novamente, ela buscou uma nova equipe médica para o pré-natal e se apoia na família para seguir em frente. “É difícil, mas o amor vai fazendo com que a gente consiga falar, compartilhar. Voltar a sonhar. E aí a gente tenta se apegar no amor e ressignificar o que dói. Entender que ela está viva, né? O que a gente mais fala é que a gente não vê a hora que chegue a nossa hora de encontrá-la novamente”, afirma. Mortes de recém-nascidos crescem 15% na região de Campinas; mães relatam dor da perda e falhas no atendimento Reprodução EPTV VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
